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segunda-feira, 12 de abril de 2010


"Esperai! esperai! deixai que eu beba Esta selvagem, livre poesia"


"Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes Embuçado nos céus?"


"Mas eu, Senhor!... Eu triste abandonada Em meio das areias esgarrada, Perdida marcho em vão!"




"Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus"




"Hoje míseros escravos, Sem luz, sem ar, sem razão... "







"Albatroz! Albatroz! águia do oceano..."




Somos livres quando amamos a Vida. Amamos os outros,sem expectativas, sem vir-a-ser. Somos livres quando dizemos o que queremos, sem nada querer, somos livres... A liberdade são todas as possibilidades latentes, virtuais, da Vida-sendo. Se existisse uma metáfora capaz de (re)velar o que penso sobre a liberdade, não saberia como. Mas, o rio(!). Ah! O rio. O rio corre, as águas do rio (que não são do rio) correm... mas, sem correr, correndo. Ah!As pedras do rio, que não são do rio, são o que são: pedras... Os peixes do rio, que não são do... Somos livres como o rio quando queremos e deixamos correr, tranqüilo, sereno, às vezes,furioso, fervoroso, o outro. Aliás, melhor seria dizer, os outros (os outros dos outros e os outros de nós mesmos)... Deixamos, por amar. Por amar ser livre, ser o outro, sendo... Liberdade: direito pleno do Ser-vida. Liberdade, com asas, sem asas, sendo: celebração do acontecimento-aí, presente, instante: amor planejado, sem sê-lo, paradoxalmente, a espera, sem espera, do néon. Somos livres. Livres porque somos os outros, sendo nós mesmos. Somos livres. Porque somos o próprio paradoxo do-sim-do-não. Quão tolos somos quando não vivemos, no aqui-e-agora, no instante da vida-sendo; quando não acolhemos o que-é por medo do desconhecido, do vazio, do silêncio (que, muitas vezes, é muito barulhento)... Quão tolos somos quando repetimos, repetimos e repetimos sem arte, sem pulsar, sem abertura para o inesperado, o impresivível, o fora do script... Quão tolos somos quando imaginamos ser mais do que o outro... Livres. Somos? Podemos dizer/ouvir o que precisamos, sem nada saber, às vezes, sem ao menos querer...? Somos? O que somos mesmo? O que queremos? Sei o que precisamos: viver. Hoje, mais do que nunca, preservar a vida. Estamos morrendo... vamos morrer... estamos matando a humanidade em nós... estamos matando as possibilidades... Éh! Somos livres?

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