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terça-feira, 17 de abril de 2012


Ei você aí, venha nos assistir: Hoje é de graça! Ao som dessas palavras, cantadas como uma marchinha de carnaval, acompanhadas pela percussão do Grupo Frutos do Conde, artistas da dança e das artes cênicas de várias cidades do Território de Identidade Recôncavo da Bahia se reuniram para dar início a um ousado projeto que pretende reunir e fortalecer a cultura do Recôncavo enfatizando o Teatro e a Dança.
O primeiro evento deste projeto é o Circuito de Teatro e Dança. Ele pretende passar, em sua primeira edição, por sete cidades do recôncavo, e no dia 24 de março, São Francisco do Conde recebeu o primeiro encontro.
Quebrando o clima de sábado à tarde... Saímos pelas ruas da cidade convidando a população em grande estilo. O arrastão cultural chamava a atenção dos munícipes que, curiosos, saíam para ver o que estava acontecendo em sua cidade.
Para que cadeiras afinal? Nos sentimos muito bem sentados nos tatames espalhados pelo chão. Artistas e espectadores, espectadores que eram artistas e artistas que estavam de espectadores... enfim, estávamos juntos e misturados curtindo aquele momento de manifestação cultural do recôncavo. Acomodados, prestigiamos a mesa de abertura formada por Roberto Madder, do Grupo Teatral Frutos da Utopia; Alex, Bispo e Jean representando a Rede em Movimento de Teatro Amador da Bahia – RMTA; a Secretária de Cultura de Cruz das Almas e Jackson, representando a categoria de dança. Estes falaram da importância do evento e da oportunidade de estarem participando do começo de um projeto que prometia levantar a cultura deste território através do Teatro e da Dança.
“Somos loucos sim! Porque a loucura é a sanidade de uma sociedade hipócrita” estas foram as palavras do artista Hildebrando Sena, diretor do grupo Cruzalmense “Desabafo Teatral”, enquanto participava da segunda mesa, que foi formada pelos articuladores culturais de cada cidade envolvida. Para este bate-papo o tema escolhido foi: “Essência do Teatro e da Dança e o fortalecimento no Recôncavo”.
Terminada as partes das discursões, começava então a parte que nos roubava todas as atenções... de primeira, nos encantamos com a graça e a dança dos adolescentes do grupo “As Danadinhas”, que também coreografaram durante todo o circuito, dando mais cor àquele evento, com seus trajes vermelhos. Após, sentamos para rir com as histórias de “Dona Virgínia”, peça dirigida por Cláudio Niack, do grupo soteropolitano Elementos.
Fez parte também das apresentações teatrais o Grupo Lapidarte, de Simões Filho que trouxe a peça “Guri” e tratando dos problemas sociais de uma forma simples e divertida, o grupo Desabafo Teatral apresentou “Se pisar no meu pé eu grito”.
A dança é uma expressão da arte que não deixa o nosso corpo parado nem quando estamos somente de espectadores... Isso aconteceu com todas as apresentações de performances que aconteceram neste dia, a exemplo também do ousado grupo Complexus e, chegando ao finzinho das apresentações do dia, o grupo Brilho Negro, que com suas coreografias ousadas e cênicas, nos divertiam e principalmente, contavam uma história, na maioria das vezes, de romance.
Antes do final ainda teve a divertida história de uma moça que só queria viver um amor verdadeiro e ao mesmo tempo ter uma instabilidade financeira, um moço que foi mandado embora por seu amor não correspondido, mas voltou para dar o troco, a espevitada empregada Criola, enfim, a história de Rosinha e Sebastião, que fez a galera participar, defender ou não Rosinha e arrancou gargalhadas espontâneas com o grupo Teatral Frutos da Utopia de Governador Mangabeira.
Mas a arte também está ligada à educação e Pesquisa. Prova disso é o artista Marvan Carlos, Estudante de dança da UFBA e faz pesquisa na área do Cutuque, digo, happing.
“Quero parabenizar a todos que fizeram acontecer esse evento maravilhoso aqui em São Francisco do Conde. Foi uma verdadeira mostra de bons talentos. Um abraço especial a Robert Alexandre que é uma pessoa que FAZ, sempre dedicado e esforçado, decidido no que quer.” Estas foram as palavras de um dos espectadores, Tony Marcos Pereira.
Enquanto uns assistiam às apresentações, outros apresentavam, outros preparavam o lanche, outros preenchiam as fichas de inscrição, outros fotografavam, enquanto outros ficavam simplesmente parados! Parados? Sim, mas também fazendo a sua parte. Estou falando dos nossos Painéis Humanos, performance proposta por Eduardo e Amanda, artistas soteropolitanos. Eles deixaram o seu corpo à nossa disposição para serem pintados, externando, naquele momento os nossos sentimentos. Realmente foi um encontro de várias artes: Teatro, Dança, Música e artes plásticas, através das pinturas e belíssimas fotos que isso produziu.
E o melhor é que não acabou! Esta foi apenas a primeira cidade! Unidos construiremos este sonho. Porque sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade.
Tony, ainda fala: “Eu e minha família lhe agradecemos por nos proporcionar ver apresentações tão boas e uma tarde diferente, você mostrou mais uma vez que quando se quer... se faz, mesmo que não tenha o apoio que espera. Lembre-se sempre: JUNTOS PODEMOS MAIS... JUNTOS SOMOS A DIFERENÇA.”
Ohhh Tony, nós é que agradecemos o carinho da sua presença. Nossa satisfação é levar a arte para todos os cantos.

Mais fotos.

terça-feira, 10 de abril de 2012