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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
















AO FRUTOS DA UTOPIA

Se eu puder caminhar observando a amplidão do horizonte...Não terei pressa, andarei mesmo assim com passos largos...Terei a minha frente o infinito e poderei construir minha passagem...Se eu vejo a amplidão, me vejo sem limites...Não existirá em meu trajeto obstáculos intransponíveis...Mas preciso da amplidão como espelho...Na verdade não quero o fim da caminhada, não quero um objetivo a minha frente como uma marca de chegada...Quero a trilha e dela sentir sede de conquista-la para todo o sempre...Se levantar os olhos e ver esta amplidão...Estarei trilhando...Passo a passo...Estarei a caminho...E com um horizonte tão imenso a minha frente, nãoterei retornos, não vou questionar o que passou...Apenas irei...Se eu olhar para o lado e você estiver lá...Estarei sorrindo, e certa de que emoções vividas não são vãs...Te oferecerei a minha mão e poderemos ir juntos...Passo a passo...Em frente, com o mundo todo se abrindo a cada movimento e sem nunca querer chegar ao fim....Você não é perfeito...Não gosto de perfeição, mas o que existe em você, o que sinto...O que "vejo" faz com que eu deseje olhar a amplidão,e queira caminhar em sua direção...
VIVAAA AO TEATRO!!!






quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Ao teatro, sempre se lhe decretou a morte, sobretudo com o aparecimento do cinema, da televisão e agora dos meios digitais. A tecnologia invadiu os palcos e achatou a dimensão humana, tentou-se um teatro plástico, próximo à pintura em movimento, que deslocou a palavra. Houve obras sem palavras, ou sem luz ou sem actores, só manequins e bonecos numa instalação com múltiplos jogos de luzes. A tecnologia tentou converter o teatro em fogo de artifício ou em espectáculo de feira.
Hoje assistimos ao regresso do actor frente ao espectador. Hoje presenciamos o regresso da palavra ao palco.O teatro renunciou à comunicação em massa e reconheceu os seus próprios limites que lhe impõe a presença de dois seres frente a frente que comunicam sentimentos, emoções, sonhos e esperanças. A arte cénica está a deixar de contar histórias para debater ideias.O teatro comove, alumia, incomoda, perturba, exalta, revela, provoca,
transgride. É uma conversa compartilhada com a sociedade. O teatro é a primeira das artes que se confronta com o nada, as sombras e o silêncio para que surjam a palavra, o movimento, as luzes e a vida.
O teatro é um facto vivo que se consome a si mesmo enquanto se produz, mas renasce sempre das cinzas. É uma comunicação mágica onde cada pessoa dá e recebe algo que a transforma.
O teatro reflecte a angústia existencial do homem e desentranha a condição humana. Através do teatro, não falam os seus criadores, mas sim a sociedade do seu tempo.
No teatro os deuses e os homens falavam uns com os outros, mas agora o homem fala a outros homens. Por isso o teatro tem que ser maior e melhor do que a própria vida. O teatro é um acto de fé no valor de uma palavra sensata num mundo demente. É um acto de fé nos seres humanos que são responsáveis pelo seu destino.
Há que viver o teatro para entender o que se está a passar connosco, para transmitir a dor que está no ar, mas também para vislumbrar um raio de esperança no caos e no pesadelo quotidiano.
FRUTOS DA UTOPIA 10 ANOS DE TEATRO